Sabbatica: Livros dos Mortos, Tochas dos Vivos – Volume 9
Neste nono volume de Sabbatica, o leitor é levado a explorar temas que conectam a vida e a morte. O livro reúne uma série de ensaios que discutem a necromancia de várias maneiras: através do diálogo com os ancestrais, a invocação de espíritos, práticas visionárias e investigações filosóficas sobre a presença dos mortos entre os vivos.
Os textos trazem à luz diferentes costumes e tradições, mostrando que o submundo não é apenas um único lugar, mas um fluxo de conhecimento presente em todas as culturas do mundo. O leitor entenderá que a morte e a vida estão interligadas e que a comunicação com os mortos pode ser um aspecto significativo da experiência humana.
Um dos temas abordados é o conceito das Doze Horas da Noite, como descrito pelos antigos egípcios. Aqui, a barca solar navega por terras ocultas do Duat, que é o reino dos mortos. Essa visão revela como diferentes culturas entendem o espaço entre a vida e a morte.
Outra parte interessante é a presença dos Guédé no Voudon. Esses espíritos trazem uma conexão única entre os vivos e os mortos, introduzindo uma dimensão de humor e irreverência. A interação com esses espíritos proporciona um entendimento mais profundo sobre a vida após a morte.
Além disso, o Kakodaimon é apresentado como uma manifestação de sombras e desafios, mostrando que os demônios podem simbolizar tanto o medo quanto o poder. Essa dualidade é fundamental para entender o papel que eles desempenham nas vidas das pessoas.
As tradições nórdicas são exploradas, com ênfase na roda da morte de Odin e seus companheiros lobos. Esse aspecto das mitologias revela ciclicidade e a sabedoria que emerge da violência, conectando deuses e seres humanos em suas jornadas.
O livro também se aprofunda na prática da necromancia. Os Libri Nigromantici, por exemplo, traçam a história dos grimórios que falam dos mortos. Thoth é apresentado como escriba e guia das almas, revelando como se pode comunicar com aqueles que já partiram. Essa comunicação, por sua vez, é desafiada por ideias que propõem que os mortos têm algo a dizer, desde que suas vozes sejam buscadas de maneira correta.
Bune, um espírito da Goetia, ensina sobre a passagem para o reino dos mortos. Ele mostra que essa jornada pode ser medida e controlada de forma precisa, um conceito valioso para quem se dedica a essa arte.
O livro é iluminado pela tocha de um necromante, que acende os textos por meio de chamas que às vezes tremulam e outras vezes são constantes. A necromancia é apresentada como uma prática viva, e não apenas um resquício de superstições.
Hecate é uma figura central neste volume. Ela é a deusa dos cruzamentos e a guardiã das chaves e das tochas, além de ser a protetora dos mortos inquietos. Hecate guia as práticas que são tanto antigas quanto extremamente pertinentes nos dias de hoje.
Em vez de apresentar um museu de fragmentos, este livro é um grimório vivo, onde cada ensaio pode ser visto como uma invocação, um estudo ou uma porta de entrada. Juntos, formam uma constelação de saberes necromânticos, unindo mito e rito, história e inovação, devoção e experimentação.
Livros dos Mortos, Tochas dos Vivos oferece não apenas conhecimento acadêmico, mas também uma iniciação, uma chance de se conectar com os mortos e retornar trazendo uma nova perspectiva.
Conteúdo do Livro
O livro possui 200 páginas e é composto por diversas contribuições de especialistas em necromancia. Os principais tópicos abordados abrangem:
- As Doze Horas da Noite por Lukasz Grochocki
- Vudotronic Guédé por Edgar Kerval
- Kakodaimon por Kyle Fite
- Odin, o Lobo e a Roda da Morte por George Mensink
- Libri Nigromantici por Shawn Frix
- Thoth e a Gramática dos Mortos por Raven Stronghold
- O Livro dos Mortos que Vivem por Sean Woodward
- Bune e a Medida do Limiar por Fr Asar Un Nefer
- A Tocha de um Necromante por André Consciência
- Hecate e o Trabalho dos Mortos por Madame Orfa
Este volume é um convite ao aprofundamento nas tradições de comunicação com os mortos, estimulando uma reflexão sobre a vida e a morte de maneira profunda e significativa. Ele desafia o leitor a considerar diferentes perspectivas sobre o que significa realmente viver e como a presença dos que já partiram pode influenciar as nossas vidas.
