Resenha de Conan: Culto da Lua Obsidiana

    Conan: Culto da Lua Obsidiana é um livro escrito por James Lovegrove, que marca sua primeira participação no universo de Conan, criado por Robert E. Howard. O autor já possui muitos romances publicados, mas esta é sua estreia na história do famoso guerreiro.

    A história se passa após os eventos de “A Rainha da Costa Negra”. Lovegrove faz referências a outras aventuras de Conan, como “A Torre do Elefante” e “Ladrões na Casa”. O vilão principal no livro é comparado a um demônio alado que Conan enfrenta em “A Rainha da Costa Negra”, além de lembrar de inimigos de outra obra de Howard, chamada Aluric.

    O enredo começa na cidade shemita de Eruk, onde Conan faz amizade com uma família Aesir. Hunwulf Ivarson, o pai da família, é um fugitivo. Intercalando a narrativa, aparecem cartas de “James Allison”, que diz ser a reencarnação de Hunwulf e tenta documentar uma história antiga através de métodos ocultos. O fato de Howard não ser mencionado nesta estrutura torna a trama um pouco estranha em relação ao mundo real.

    A batalha contra o culto da Lua Obsidiana ocorre na cidade kushita de Ghuht, cercada por áreas degradadas chamadas “rotlands”. Essas regiões lembram o universo criado por Jeff VanderMeer, especialmente como foi retratada no filme de Alex Garland.

    O subtítulo “Um Romance da Pedra Negra” parece fora de lugar, pois nenhuma pedra negra é mencionada no livro. Contudo, no seu posfácio, Lovegrove sugere que incluiu “algumas referências e Easter eggs” para os leitores dos quadrinhos de Conan de Jim Zub, que têm o mesmo nome.

    No geral, Culto da Lua Obsidiana apresenta uma boa narrativa, mesclando os cenários e personagens de Howard com uma nova história. Lovegrove evita muitas expressões arcaicas, tornando sua escrita mais acessível que na obra “A Rainha da Costa Negra”. O livro possui vinte e cinco capítulos curtos, alguns dos quais podem ser lidos rapidamente.

    A trama é envolvente e apresenta elementos de aventura, mistério e até magia. A amizade que Conan forma com a família Aesir traz uma camada emocional à história, mostrando um lado mais humano do guerreiro. Hunwulf Ivarson, como personagem, é interessante e oferece uma perspectiva diferente dos desafios que Conan enfrenta.

    Na cidade de Ghuht, a atmosfera é densa e cheia de perigos. A luta contra o culto da Lua Obsidiana se transforma em um teste de força e coragem para Conan. Os desafios que ele encontra refletem a luta constante entre o bem e o mal, um tema frequente nas histórias de Conan.

    Além disso, o autor faz um bom trabalho ao descrever os ambientes, tornando as paisagens vívidas e cheias de detalhes. Isso ajuda a transportar o leitor para o universo de Conan, repleto de criaturas estranhas e situações delicadas. Os diálogos entre os personagens são ágeis e diretos, o que mantém o ritmo da narrativa acelerado.

    A obra também destaca a importância da amizade e da lealdade em tempos difíceis. Conan não é apenas um lutador, mas também um amigo leal, que está disposto a proteger aqueles que considera importantes. Isso contribui para a construção do caráter de Conan como um herói complexo e multifacetado.

    Essa nova história mantém o espírito aventureiro que é marca registrada das obras de Howard. A mistura de ação e elementos sobrenaturais faz com que o leitor permaneça cativado do início ao fim. Os desafios enfrentados por Conan não são apenas físicos, mas também psicológicos, colocando à prova sua inteligência e astúcia.

    Ao longo do livro, o humor também aparece em alguns momentos, aliviando a tensão e adicionando uma pitada de leveza à narrativa. Esse equilíbrio entre ação e humor é bem-vindo e torna a leitura ainda mais agradável.

    Em suma, Conan: Culto da Lua Obsidiana é uma obra que vale a pena ser lida, tanto por fãs de Conan quanto por aqueles que apreciam boas histórias de aventura. James Lovegrove consegue criar uma narrativa envolvente e respeitosa ao legado de Robert E. Howard, oferecendo aos leitores uma nova perspectiva sobre um dos heróis mais icônicos da literatura.

    A obra mostra que o legado de Conan ainda vive e que novas histórias podem ser exploradas dentro desse universo rico e cheio de possibilidades. A escrita clara e direta de Lovegrove facilita a leitura e atrai novos leitores, mantendo o interesse daqueles que já conhecem as aventuras de Conan.

    Por fim, Culto da Lua Obsidiana é um convite a embarcar em mais uma jornada emocionante com Conan, onde bravura e amizade se entrelaçam em um novo capítulo da sua vida. A leitura promete não apenas entretenimento, mas também uma redescoberta do que significa ser um verdadeiro herói em tempos de escuridão.

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