O Culto das Artes Negras e a 7ª Casa das Bruxas
Desde 2017, existe um grupo que se apresenta como o Culto das Artes Negras e a 7ª Casa das Bruxas. Esse grupo funciona como um comércio, vendendo joias caras, velas e outros itens, utilizando produtos de fornecedores como Alibaba. No fundo, tudo isso faz parte de uma estratégia que visa atrair pessoas que estão à procura de respostas e soluções para seus problemas.
A 7ª Casa das Bruxas começou como um grupo no Facebook, focado em discutir os livros de Damon Brand sobre magia angelical. No entanto, o grupo foi tomado por uma mulher que se destacou por sua personalidade dominadora e suas crenças controversas. Ela afirmava ter crescido em um culto antigo e se apresentava como a reencarnação de uma figura mítica conhecida como a Sétima Princesa do Inferno.
Esse culto atraiu membros que frequentemente enfrentavam dificuldades pessoais, como problemas familiares e sociais. A maioria dos integrantes eram mulheres, muitas delas mães. A líder do culto, por sua vez, tinha um histórico questionável, inclusive um relacionamento com um ex-presidiário condenado por crimes graves. Essa curiosa combinação de líderes e seguidores acabou criando um ambiente problemático e complexo.
Uma das táticas do culto era separar as pessoas de seus entes queridos. A líder incentivava seus seguidores a se afastarem de quem questionasse suas crenças. Além disso, ela usava perfis falsos para criar a ilusão de que membros estavam se comunicando e até se relacionando com deuses e demônios.
Alguns seguidores chegaram a mudar de cidade em busca da tal conexão espiritual, apenas para descobrir a verdade chocante. Muitos relataram experiências traumáticas, como a perda de relações importantes, dificuldades financeiras e até questões de saúde mental.
Com o passar dos anos, a líder começou a cobrar por aconselhamentos espirituais, prometendo curas e soluções que nunca se concretizavam. As promessas incluíam desde a identificação de traições até a ideia de que os “almas gêmeas” estavam distantes, mas poderiam ser atraídas com produtos caros que ela vendia, como óleos mágicos.
Enquanto isso, as líderes do culto levavam vidas relativamente luxuosas, alugando carros esportivos e realizando cirurgias plásticas, enquanto muitos de seus seguidores enfrentavam sérias dificuldades financeiras. O culto ainda promovia jogos de azar, incentivando os membros a usarem os óleos em apostas, embora ninguém tenha relatado sucesso real nesse aspecto.
Além disso, a líder do culto vendia uma variedade de “poções” que prometeram resultados fantásticos, como perda de peso e soluções para problemas de saúde. O irônico é que, enquanto promovia esses produtos, ela frequentemente mostrava fotos de suas próprias cirurgias para emagrecimento.
O culto também utilizava técnicas de manipulação, como criar perfis de “demonios” que supostamente se comunicavam com os membros. As práticas espirituais incluíam rituais que supostamente enviavam energia para a líder, o que deixava muitos membros se sentindo exaustos e deprimidos.
Originalmente, este grupo tinha um foco bem diferente, reunindo pessoas instruídas e bem-sucedidas que compartilhavam experiências sinceras com magia. Contudo, a abordagem do culto distorceu o propósito inicial e passou a focar em benefícios materialistas, algo contrário ao que os próprios livros indicavam.
Quando alguns membros tentaram deixar o culto e compartilhar suas experiências, foram alvo de assédio, incluindo a divulgação de suas informações pessoais e ataques direcionados a seus empregos. Em um momento crítico, o grupo, que contava com mais de 2 mil membros, se dividiu após um dos líderes revelar a verdade sobre as práticas do culto. Mesmo assim, a organização continuou sua operação, criando novos grupos para atrair novos membros.
Todo esse cenário curioso e problemático é apenas uma parte da história. Existem muitas provas, como capturas de tela e gravações, que sustentam as alegações sobre as práticas do culto. As experiências de muitos seguidores desvelam um contexto de manipulação e exploração que merece ser conhecido e compreendido.
