Nos últimos meses, tenho trabalhado na criação de um jogo de RPG japonês por turnos, inspirado na Qabalah, uma tradição esotérica ocidental. Este jogo permite que o jogador explore diversas esferas, começando na base até chegar ao nível mais alto, Kether.
Em cada esfera, o jogador enfrenta missões que abordam os vícios associados. No nível de Hod, por exemplo, o vício em foco é o orgulho intelectual. Esse conceito trata da diferença entre o conhecimento acadêmico e a intuição que todos possuem. É importante entender como esses dois aspectos podem se desconectar.
No contexto do jogo, o orgulho intelectual se reflete na maneira como o personagem interage com o mundo ao seu redor. Ele pode se sentir superior a outros personagens por conta de seu conhecimento, desconsiderando intuições ou sabedorias que são igualmente válidas. Esse vício pode levar a decisões erradas, já que nem sempre o conhecimento acadêmico é suficiente para resolver problemas práticos.
Ao longo do jogo, o jogador é desafiado a lidar com essa desconexão. Quests e desafios são projetados para mostrar como o orgulho pode interferir nas relações e nas escolhas. O jogador é incentivado a buscar um equilíbrio, aprendendo que a intuição e o conhecimento acadêmico podem, na verdade, se complementar.
A narrativa do jogo está estruturada para que o jogador explore esse tema de maneira envolvente. As interações com outros personagens são fundamentais. É através dessas relações que o jogador perceberá as limitações do orgulho intelectual e as oportunidades que surgem ao valorizar diferentes tipos de conhecimento.
Além disso, a ambientação do nível de Hod apresenta simbolismos e elementos que reforçam a temática. O jogador encontrará lugares que representam tanto o conhecimento acadêmico, como bibliotecas e laboratórios, quanto espaços que simbolizam intuição, como jardins e áreas naturais. Essa diversidade encoraja o jogador a refletir sobre os dois tipos de sabedoria.
As missões no jogo são variadas. Algumas exigem que o jogador resolva quebra-cabeças que demandam mais do que apenas conhecimento técnico; outras convidam o jogador a ouvir e considerar as opiniões de outros personagens, lembrando que a colaboração é essencial. Essa dinâmica cria uma experiência rica e diversificada.
Conforme o jogador avança, as escolhas feitas em Hod influenciam a jornada nas esferas seguintes. Isso significa que compreender e trabalhar o vício do orgulho intelectual pode ter impactos diretos nas habilidades e nas interações futuras. Portanto, as lições aprendidas aqui são fundamentais para o sucesso no jogo.
Este RPG não apenas entretém, mas também provoca reflexões sobre a importância de unir conhecimento e intuição. A proposta é que, ao finalizar o jogo, o jogador saia com uma nova perspectiva, não apenas sobre o mundo do jogo, mas sobre a vida real e suas próprias interações.
Por fim, o objetivo é criar uma experiência de jogo que não seja apenas divertida, mas também educativa. As temáticas abordadas precisam ressoar com o jogador, fazendo-o pensar em como aplicá-las em sua vida diária. Essa conexão entre o mundo do jogo e a vida real é essencial para a proposta.
Em síntese, a jornada através das esferas do jogo é mais do que uma simples aventura; é uma reflexão sobre como o conhecimento e a intuição podem coexistir e se complementar. O orgulho intelectual, quando não equilibrado, pode prejudicar tanto o jogo quanto a vida do jogador. Cada desafio se torna uma oportunidade de aprendizado e crescimento, tornando a experiência enriquecedora.
Espero que a jornada pelos níveis do jogo possa inspirar tanto no entendimento das dinâmicas intelectuais quanto nas relações humanas, mostrando que há muito a aprender ao valorizar todas as formas de conhecimento.
