Design Conspiratório: Design de Informação para o Grande Quadro
O livro “Design Conspiratório”, escrito por Carlo Bramanti e introduzido por Silvio Lorusso, será lançado em novembro de 2025. Nele, o autor explora o lado menos visível do design de informação.
Bramanti propõe uma ideia provocativa: e se os dados não fossem apenas fatos, mas argumentos? E se as visualizações de dados servissem apenas para representar esses argumentos? O papel dos designers de informação é, na verdade, criar uma visão específica do mundo ao nosso redor.
Nesta obra, o autor investiga como o design de informação se relaciona com teorias da conspiração. Ele usa diagramas e fluxogramas complexos para mostrar que, mesmo nos princípios mais simples do design, sempre há uma conexão com a desconfiança e a complexidade que vem com essas teorias.
O livro discute como, em tempos de informação excessiva e muitas vezes confusa, as pessoas ou comunidades tentam dar sentido a esses dados. Elas buscam uma narrativa que ajude a simplificar o que, por vezes, parece caótico. A urgência de entender e compartilhar uma visão ampla é o cerne da discussão presente na obra.
Bramanti examina como design e teorias da conspiração, que muitas vezes são considerados opostos, têm mais em comum do que se imagina. O design é geralmente visto como uma forma de simplificação que revela a verdade sobre as coisas. Já as teorias da conspiração, por outro lado, tendem a ser vistas como confusas e absurdas.
No entanto, a proposta central do livro é que o design e as teorias conspiratórias se espelham e têm objetivos semelhantes. Ambos procuram organizar informações de forma que façam sentido, mas se apoiam em representações que podem ser questionáveis. Essa interseção revela um terreno comum entre eles que é chamado de “Design Conspiratório”.
O autor destaca que, ao criar representações visuais, os designers podem, inadvertidamente, reforçar narrativas conspiratórias. Isso ocorre porque a maneira como as informações são apresentadas pode influenciar profundamente como elas são percebidas e interpretadas pelas pessoas.
Os diagramas e gráficos utilizados no design não são apenas ferramentas de comunicação, mas também formas de argumentação. Eles podem, por exemplo, sugerir conexões que не são imediatamente óbvias ou criar uma impressão de legitimidade em ideias que podem ser sem fundamento.
Ao longo do livro, Bramanti incentiva os leitores a refletirem sobre a maneira como as informações são apresentadas. Ele propõe que, ao entender os princípios por trás do design de informação, as pessoas podem se tornar mais críticas em relação ao que consomem e compartilharem no dia a dia.
Assim, “Design Conspiratório” é um convite para olhar além da superfície das visualizações de dados. Ele nos convida a questionar a intenção por trás delas e a considerar se estamos recebendo informações claras ou se estamos sendo direcionados por narrativas ocultas.
Este livro é pertinente especialmente em um mundo onde a desinformação e as teorias conspiratórias estão muito presentes. Ao entender essa dinâmica, podemos nos proteger melhor e fazer escolhas informadas sobre as informações que decidimos aceitar.
Em suma, Carlo Bramanti oferece uma análise profunda e crítica do design de informação na era das teorias conspiratórias. Ele propõe que, ao examinar as relações entre esses dois campos, podemos alcançar uma compreensão mais rica e complexa do que significa comunicar e interpretar informações atualmente.
“Design Conspiratório” é uma leitura valiosa para aqueles que desejam mergulhar na intersecção entre visualização de dados e narrativas que muitas vezes enganam. O livro nos convida a ser mais críticos e conscientes, não só como consumidores de informações, mas também como criadores.
Ao final, o objetivo é que cada leitor possa perceber a essencialidade do design na formação das narrativas em que acreditamos e na necessidade de manter um olhar atento ao que se apresenta à nossa frente. Esta reflexão é fundamental para a construção de um entendimento claro e verdadeiro do mundo em que vivemos.
