Quem não se lembra de rimas como “Um, dois, feijão com arroz” ou “Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão”? Essas pequenas rimas, conhecidas como Parlendas, têm encantado crianças de todas as idades e fazem parte do nosso folclore. Elas são mais que simples versos, trazem consigo história, tradição e até mesmo estratégias de aprendizado.
As Parlendas estão presentes na memória afetiva de muitos e continuam a provocar sorrisos mesmo em tempos de tecnologia. Neste artigo, vou explicar o que são as Parlendas, suas origens e trazer 55 exemplos divertidos para você relembrar, ensinar às crianças ou simplesmente se divertir!
As Parlendas são versos curtos, geralmente feitos para entreter e ensinar. Com uma linguagem simples, elas são populares entre as crianças e fazem parte da tradição oral em várias culturas, especialmente no Brasil.
Esse gênero se caracteriza por suas rimas e ritmos. Muitas vezes, as Parlendas usam versos curtos para facilitar a memorização. A palavra “Parlenda” vem do latim parlare, que significa “falar” ou “conversar”, o que reforça a ideia da oralidade presente nessas rimas.
As Parlendas têm origem na tradição oral e foram transmitidas de geração em geração, geralmente sem registros formais. Isso explica a diversidade de versões de uma mesma rima. Elas começaram a aparecer a partir da tradição oral portuguesa, que foi trazida ao Brasil durante a colonização.
Com o passar do tempo, essas rimas foram influenciadas pelas culturas indígena e africana, criando uma rica tradição popular. A musicalidade e os temas das Parlendas refletem a diversidade cultural do Brasil, resultando em diferentes versões regionais.
Aqui está uma seleção de 55 Parlendas que você pode relembrar e compartilhar com as crianças:
Um, dois, feijão com arroz
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, falar inglês
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis.
Dedo mindinho,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolo,
Mata piolho.
Uni duni tê,
Salamê minguê,
Um sorvete colorê,
O escolhido foi você!
Batatinha quando nasce
Se esparrama pelo chão.
Menininha quando dorme
Põe a mão no coração.
Sol e chuva,
Casamento de viúva.
Chuva e sol,
Casamento de espanhol.
Cadê o docinho daqui?
O gato comeu
Cadê o gato?
Foi pro mato
Cadê o mato?
Pegou fogo
Cadê o fogo?
A água apagou
Cadê a água?
O boi bebeu
Cadê o boi?
Foi pro curral
Cadê o curral?
A galinha desmanchou
Cadê a galinha?
Foi botar ovo
Cadê o ovo?
O jacaré comeu
Cadê o jacaré?
Morreu.
O macaco foi à feira,
Não sabia o que comprar.
Comprou uma cadeira
Pra comadre se sentar.
A comadre se sentou,
A cadeira esborrachou.
Coitada da comadre,
Foi parar no corredor.
Corre cutia, na casa da tia.
Corre cipó, na casa da avó.
Lencinho na mão, caiu no chão.
Moça bonita, do meu coração.
Um, dois, três!
Hoje é domingo, pede cachimbo.
Cachimbo é de barro, dá no jarro.
O jarro é fino, dá no sino.
O sino é de ouro, dá no touro.
O touro é valente, dá na gente.
A gente é fraco, cai no buraco.
O buraco é fundo, acabou-se o mundo!
Santa Luzia passou por aqui
Com seu cavalinho comendo capim.
Santa Luzia que tinha três filhas:
Uma que fiava,
Uma que tecia,
Uma que tirava o cisco que havia.
Pedrinha rolou,
Pisquei pro mocinho,
Mocinho gostou.
Contei pra mamãe,
Mamãe nem ligou.
Contei pro papai,
Chinelo cantou.
Eu sou pequena,
Da perna grossa.
Vestido curto,
Papai não gosta.
A casinha da vovó
Cercadinha de cipó.
O café está demorando,
Com certeza não tem pó.
Quem cochicha,
O rabo espicha.
Come pão com lagartixa.
Serra, serra, serrador,
Quantas tábuas já serrou?
Um, dois, três, quatro.
Una, duna,
Tena, catena,
Solá, soladá,
Gurupim, gurupá.
Conta bem, que são quinze.
Lá na rua vinte e quatro,
A mulher matou um sapo
Com a sola do sapato.
O sapato estremeceu,
A mulher morreu,
O culpado não fui eu.
Galinha choca,
Comeu minhoca,
Saiu pulando,
Que nem pipoca.
Meio-dia,
Macaco assobia.
Panela no fogo,
Barriga vazia.
Suco gelado,
Cabelo arrepiado.
Qual é a letra
Do seu namorado?
O papagaio come milho,
Periquito leva a fama.
Cantam uns e choram outros,
Triste sina de quem ama.
Tá com frio?
Toma banho no rio.
Tá com calor?
Toma banho de regador.
Rei, capitão,
Soldado, ladrão.
Moça bonita
Do meu coração.
Eu sou pequenininha,
Do tamanho de um botão.
Carrego papai no bolso
E mamãe no coração.
Lá em cima do piano
Tinha um copo de veneno.
Quem bebeu, morreu,
O azar foi seu.
Fui à feira comprar uva,
Encontrei uma coruja.
Eu pisei na cauda dela,
Me chamou de cara suja.
A vovó da Mariazinha
Fez xixi na panelinha
E falou pra todo mundo
Que era caldo de galinha.
Uma pulga na balança
Deu um pulo e foi à França.
Os cavalos a correr,
Os meninos a brincar,
Vamos ver quem vai pegar.
Subi na roseira,
Quebrou um galho.
Segura (nome da criança)
Senão eu caio.
Chuva, choveu,
Goteira pingou.
Pergunte ao papudo
Se o papo molhou.
Era uma bruxa à meia-noite,
Em um castelo mal-assombrado,
Com uma faca na mão,
Passando manteiga no pão.
Quem vai ao ar, perde o lugar.
Quem vai ao vento, perde o assento.
Quem vai à ribeira, perde a cadeira.
A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois, bota três… até quinze!
João corta o pão,
Maria mexe o angu,
Teresa põe a mesa,
Para a festa do tatu.
Salada, saladinha,
Bem temperadinha
Com sal, pimenta,
Fogo, foguinho, fogão!
Boca de forno.
Forno!
Tira o bolo.
Bolo!
Se o mestre mandar?
Faremos todos!
E se não for?
Bolo!
Papagaio louro,
Do bico dourado,
Leva essa cartinha
Pro meu namorado.
Bão balalão,
Senhor capitão.
Espada na cinta,
Ginete na mão.
A sempre-viva quando nasce,
Toma conta do jardim.
Eu também quero arranjar
Quem tome conta de mim.
Fui passar na pinguelinha,
Chinelinho caiu do pé.
Os peixinhos reclamaram:
Que cheirinho de chulé!
Por detrás daquele morro,
Passa boi, passa boiada.
Também passa moreninha,
De cabelo cacheado.
Tropeiro fala de burro,
Vaqueiro fala de boi,
Jovem fala de namorada,
Velho fala que foi.
Fui ao botequim
Tomar café.
Encontrei um cachorrinho
De rabinho em pé.
Fui andando pelo caminho.
Éramos três, comigo quatro.
Subimos os três no morro,
Comigo quatro.
Palma, palminha,
Palminha de Guiné.
Pra quando papai vier.
Entrou pela perna do pato,
Saiu pela perna do pinto.
O rei mandou dizer
Que quem quiser
Que conte cinco:
Um, dois, três, quatro, cinco.
Pinto pelado
Caiu do telhado,
Perdeu uma perna,
Ficou aleijado.
Agá, agá,
A galinha quer botar.
Ijê, ijê,
Minha mãe me deu uma surra
Fui parar no Tietê.
Quem é? É o padeiro.
E o que quer? Dinheiro.
Pode entrar,
Que eu vou buscar
O seu dinheiro
Debaixo do travesseiro.
Tique-taque,
Carambola.
Esse dentro,
Esse fora.
Tanta gente de passagem,
Passando pela cidade.
E eu aqui esperando
Você, com saudade.
Olho e rabo de fogo,
A cobra subiu na árvore.
Ah, como ela grita:
“Socorro! Me ajuda!”.
O homem da gravata,
Passou por aqui.
Com sua maleta,
Que falou que só tinha um real.
Estava chovendo,
E a água estava muito alta.
O sapo pulou e gritou:
“Olha a água que tá alta!”.
Era uma vez um sapo,
Que tinha um sonho também.
Queria ser príncipe,
Mas ficou esperando o além.
As Parlendas não são apenas uma maneira divertida de brincar. Elas também desempenham um papel importante no desenvolvimento das crianças. Esses versos ajudam a melhorar a linguagem, a memória e a coordenação motora, especialmente quando são acompanhados de gestos e músicas.
Além disso, as Parlendas são um recurso pedagógico eficaz que pode ser incorporado ao currículo escolar. Elas estimulam a interação social e o aprendizado lúdico, transformando a sala de aula em um espaço mais dinâmico.
As Parlendas fazem parte da nossa cultura e continuam a encantar crianças e adultos. Essas rimas carregam tradições e são uma forma lúdica de estimular o aprendizado e a conexão entre gerações. Compartilhar Parlendas com as novas gerações não apenas preserva nossa cultura, mas também cria momentos de felicidade e aprendizado.
E você, qual Parlenda marcou a sua infância? Sinta-se à vontade para compartilhar suas memórias e redescobrir as delícias das rimas que fizeram parte da sua vida!